domingo, 16 de dezembro de 2012

Uso correto dos retrovisores evita acidentes


Equipamento deve estar ajustado a um ângulo de 90 graus das laterais do veículo
CERTO
ERRADO
O uso correto do espelho retrovisor é o tema de uma campanha iniciada em outubro pela Secretaria de Segurança Pública e Trânsito de Arapongas, no Norte do Paraná. Segundo o diretor da pasta, Major Sérgio Dalbem, a necessidade surgiu a partir de uma triste constatação: dos 22 óbitos no trânsito, registrados no perímetro urbano do município de janeiro a dezembro, cinco ocorreram nos corredores - quando motociclistas e ciclitas passam entre os carros - e a principal alegação dos motoristas é que não perceberam o deslocamento das vítimas.

''Como os motoristas alegavam a existência de ponto cego, resolvemos orientar quanto a melhor maneira de se utilizar o retrovisor'', diz Dalbem. Para tanto, foi elaborada uma cartilha e equipes da secretaria passaram a visitar postos de combustíveis locais para orientar os motoristas.

Para reduzir os efeitos dos pontos cegos no trânsito, Dalbem indica que o retrovisor interno precisa cobrir a maior parte possível de visibilidade do vidro traseiro. Já os externos devem ser posicionados de forma a cobrir o menos possível da lateral do veículo. ''O que acontece é que quanto mais se enxerga a lateral mais fácil fica o balisamento e alguns motoristas saem das autoescolas com esse vício. Isso é um erro'', afirma.

Já para as motocicletas e bicicletas, o ponto de referência passa a ser o cotovelo de seu ocupante, que quanto menos aparecer na imagem refletida melhor.

A Resolução 226 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) dispõe da obrigatoriedade e especicificações quanto ao uso de retrovisores - dois externos e um interno - e embora indique um ângulo de 90 graus do equipamento para o carro, não prevê punição para quem optar por um posicionamento diferente.

O analista técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi-Brasil) Alessandro Rubio acrescenta que o ideal, para quem deseja ampliar ao máximo seu campo de visão, é que nem mesmo parte da lateral do veículo apareça no retrovisor. ''Por hábito dos motoristas, no princípio, parece difícl, mas da para se acostumar com isso e faz diferença'', comenta.

Ele orienta que para o melhor uso do equipamento, o motorista deve primeiro se posicionar de maneira confortável no banco, permitindo que as pernas não fiquem muito distantes do alcançe dos pedais e os punhos possam ser apoiados na parte superior do volante. Depois, o condutor deve colocar o retrovisor o máximo possível distante do veículo e só então voltá-lo, aos poucos, até encontrar o posicionamento ideal.

Apesar da dica, Rubio diz não crer que os retrovisores sejam os principais culpados pelos acidentes de trânsito. ''Pode ser que alguns ocorram por ponto cego, mas a maioria se deve a mudanças de faixa sem o uso da seta. É preciso rever a forma de educar nossos motoristas'', critica.

As novas tecnologias que permitem aos retrovisores indicarem, por meio de sensores, a presença de objetos em pontos cegos e de câmeras, nos internos, que dão uma visão ampla da traseira do veículo, são avanços elogiados pelo analista. ''Embora hoje estejam presentes em veículos de um custo um pouco elevado, sua popularização será benéfica, pois facilitará muito a vida dos motoristas'', opina Rubio.
Vinícius Fonseca
Reportagem Local
 
Folhaweb

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